terça-feira, 15 de março de 2016

CURSO DE ANATOMIA EM 4 MÓDULOS SEGUE MODULO 1

                                                     MODULO 1

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIA HUMANA


Conceito: anatomia é a ciência que estuda macro ou microcospicamente formas e estruturas do corpo humano.
Divisão: – sistêmica (descritiva): relata de forma geral.
– topográfica (regional): descreve uma região.

Divisão do corpo humano:
 


·          cabeça        – crânio (neurocranio)
                           – face (viscerocrâneo)

·          pescoço


– tórax
·          tronco      – abdômen
                        – pelve
 


                                          superiores (D e E)       – raiz: cintura escapular
                                                                                 – móvel: braço, antebraço, mão
·          membros
                                          inferiores (D e E)         – raiz: cintura pélvica
                                                                                 – móvel: coxa, perna, pé


Terminologia Anatômica

É o conjunto de termos empregados para indicar e descrever as partes do corpo humano.

Princípios:
1º A língua oficial é o latim (traduzida para o vernáculo de cada país).
2º Os termos devem ser breves e simples.
3º Os termos devem ser informativos e descritivos.
4º Deve-se evitar o uso de epônimos.
5º Em relação as abreviaturas:
artéria: a                                           veia: v                                                           nervo: n
artérias: aa                                       veias: vv                                           nervos: nn
fascículo: fasc.                                músculo: m                                      glândula: gl
ligamentos: ligg                               músculos: mm                                 glândulas: gls
ramo: r
ramos: rr
6º Termos relacionados topograficamente devem ser empregados com o mesmo adjetivo. Ex.: Região da coxa: região femoral.

Divisão Anatômica

·     Posição anatômica: bípede, ortostática, face voltada para frente, olhar para o horizonte, pés unidos, membros superiores ao longo do corpo com palmas das mãos voltadas para frente.

Planos de delimitação do corpo humano (C.H.)

·     Plano ventral (anterior)
·     Plano dorsal (posterior)
·     Planos laterais (D e E)
·     Plano superior (cranial)
·     Plano inferior (podálico)

·     Plano de secção do c. h. :
– Plano sagital mediano
– Plano frontal
– Plano Transversal.

·     Eixos do c. h. :
– eixo sagital; Antero-posterior
– eixo longitudinal, crânio-caudal
– eixo transversal, latero-lateral.

·     Planos de construção do c. h. :
– artimeria: o plano mediano divide o corpo humano em duas metades D e E, que são os artímeros e são semelhantes = simetria bilateral.
– metameria: superposição no sentido longitudinal de segmentos semelhantes, cada segmento corresponde a um metâmero. Ex.: coluna, costelas.
– Paquimeria: é o princípio segundo o qual o segmento axial do corpo do individuo é constituído esquematicamente por dois tubos. Os tubos denominados paquímeros são respectivamente ventral e dorsal.
– Estratificação: o corpo humano é constituído por camadas (estratos) que se superpõem. Ex.: a pele é a camada mais superficial, vindo a seguir a tela subcutânea, a fáscia muscular, os músculos, os ossos.
            A estratimeria ocorre também nos órgãos ocos como o estômago.

Termos de posição e direção do c. h. :
– Proximal:  quando a estrutura está próximo ou voltada para a raiz.
– Distal: é quando a estrutura está distante da raiz.
– Lateral: a estrutura está mais próxima do plano lateral.
– Medial: quando a estrutura estiver voltada próxima ao plano sagital mediano.
– Intermédio: a estrutura que fica em meio a outras duas uma sendo medial e outra sendo lateral.
– médio: indica a estrutura que pode estar entre:
·     ventral (anterior) e dorsal (posterior)
·     cranial (superior) e caudal (inferior)
·     interna e externa
·     proximal e distal

Conceitos
normal: é normal o que é mais freqüente, na forma ou estrutura de uma população estudada.
variação anatômica: qualquer variação nas formas anatômicas que não prejudicam a função. Ex.: raça, sexo, idade, biótipo.
anomalia: mudança corpórea com prejuízo de função.
Monstruosidade:  alterações de formas e de estruturas muito severas e há uma incompatibilidade (teoricamente) com a vida.

Generalidades sobre os ossos

Funções do esqueleto: proteção (para os órgãos internos como coração, pulmão, cérebro); sustentação e conformação do corpo; local de armazenamento de cálcio; sistema de alavancas que movimentadas pelos músculos permitem o deslocamento do corpo no todo ou em parte e finalmente local de produção de algumas substâncias do sangue como hemácias.

Divisão do esqueleto:
·     axial (ossos da cabeça, pescoço, tronco)
·     apendicular (membros superiores e inferiores)
A união entre essas duas porções se faz por meio das cinturas: escapular (escápula e clavícula) e pélvica (ossos do quadril).

Numero de ossos
            Normalmente é 206, todavia, varia se levarmos em consideração os seguintes fatores:
·     fatores etários
·     fatores individuais
·     critérios de contagem

Classificação dos ossos
·     Osso longo: comprimento maior que a largura e espessura. Ex.: fêmur, úmero, ulna, vadio.
·     Osso curto: equivalência das três dimensões. Ex.: ossos do corpo e do tarso.
·     Osso laminar:  plano, comprimento e largura equivalente, predominando sobre a espessura. Ex.: ossos do crânio como parietal, frontal, occipital, escápula, osso do quadril.
·     Osso irregular: apresenta uma morfologia complexa que não encontra correspondência em formas geométricas conhecidas. Ex.: vértebras, osso temporal.
·     Osso pneumático: apresenta uma ou mais cavidades, de volumes variável revestidas de mucosa e contendo ar. Essas cavidades recebem o nome de sinus ou seio. Os ossos pneumáticos estão situados no crânio. Ex.: frontal, temporal, maxilar, etmóide e esfenóide.
·     Ossos sesamoídes: desenvolvem-se na substancia de certos tendões ou da cápsula fibrosa que envolve certas articulações. Os primeiros são os chamados intratendíneos e os segundos peri-articulares. A patela é um exemplo típico de osso sesamóide intratendíneo.

SUTURAS
            Os ossos unem-se uns aos outros para constituir o esqueleto. Esta união não tem a finalidade exclusiva de colocar os ossos em contato, mas também a de permitir mobilidade. Para designar a conexão existente entre quaisquer partes rígidas do esqueleto, quer sejam ossos quer sejam cartilagem, empregamos os termos junturais ou articulação.

Classificação
            As articulações possuem certos aspectos estruturais e funcionais em comum que permitem classificá-las em três grandes grupos: fibrosas, cartilaginosas e sinoviais. O critério para essa divisão é a natureza do elemento que se interpõe às peças que se articulam.
·     Junturas fibrosas (imóveis = SINARTROSES)
É formada por tecido conjuntivo fibroso a grande maioria delas se encontra no crânio. É evidente que a mobilidade é extremamente reduzida, embora o tecido conjuntivo interposto confira uma certa elasticidade ao crânio. Há dois tipos de junturas fibrosas:
– suturas (pouca fibras): são encontradas entre os ossos do crânio.
– sindesmose (bastante fibras): a nomenclatura anatômica só registra um exemplo: sindesmose tíbio-fibular, se faz entre as extremidades da tíbia e da fíbula.
·     Junturas cartilaginosas (semi-móveis ANFIARTROSES)
O tecido que se interpõe é cartilaginoso.
         – sincondroses: cartilagem hialina. Ex.: (esfeno-occipital (nascimento).
         – sínfises: cartilagem com pouco de fibra = fibrocartilagem.  Ex.: sínfese púbica (abre para passar feto)
·     Sinoviais (móveis = DIARTROSES)
         Contém líquido sinovial, exige livre deslizamento das superfícies ósseas revestida por cartilagem hialina. A cartilagem é avascular e não possui inervação. Contém: cápsula articular, membrana fibrosa, membrana sinovial, ligamentos, discos e meniscos.

Principais movimentos realizados pelos segmentos do corpo
- movimentos angulares
- adução e abdução
- rotação
- circundução
- flexão e extensão
- pronação e supinação

Classificação funcional da junturas sinoviais:
         As articulações podem realizar movimentos em um, dois ou três eixos.
– mono-axial: Ex.: cotovelo, flexão-extensão
– bi-axial: Ex.: radio-cárpica (punho), permite a flexão-extensão, adução-abducão.
– tri-axial: Ex.: ombro e quadril, permite a flexão-extensão, adução-abdução e rotação.

Classificação morfológica das junturas sinoviais:
– Plana: superfície plana permite perfeito deslizamento, permite pequeno movimento em qualquer direção. Ex.: articulação sacro-ilíaca.
– Gínglimo: fazem flexão e extensão sendo mono-axial. Ex.: cotovelo.
– Trocoide: superfícies articulares são segmentos de cilindro. Permitem rotação e seu eixo de movimento único é vertical, são mono-axiais. Ex.: radio-ulnar proximal responsável pelo movimento pronação e supinação do antebraço.
– Condilar: as superfícies articulares são elépticas permitem flexão-extensão, adução mas não rotação, são bi-axiais. Ex.: radio-cárpica (punho)
– Em sela: apresenta concavidade e convexidade. Ex.: carpo-metacárpica do polegar. Faz flexão-extensão, abção-abdução, rotação e circundução, porém é bi-axial porque o movimento rotação isolada não pode ser feita pelo polegar, só é realizada através da associação de movimentos.
– Esfenóide: superfícies que são segmentos de esferas e se encaixam em receptáculos ocos. Permite movimentos em 3 eixos, tri-axial. Ex.: ombro e quadril.

Sistema Muscular
         A célula muscular está normalmente sobre o controle do sistema nervoso. Cada músculo possui o seu nervo motor e sua placa motora. O músculo pode ser voluntário se o impulso para contração resulta de um ato de vontade, ou involuntário se não comandamos a sua contração. Os músculos voluntários possuem estrias transversais por isso são chamados músculo estriado esquelético e os involuntários não possuem estrias por isso são chamados músculos lisos, são os músculos viscerais

– Músculo estriado esquelético:
         Possui uma porção média chamada ventre muscular, é a parte ativa do músculo. As extremidades quando são cilindróides ou então tem formas de fita, chamam-se tendões; quando são laminares recebem o nome de aponeuroses e servem para prender o músculo ao osso, ou a cartilagem, cápsulas articulares, septos intermusculares, derme ou tendão de outro músculo.

·     Fascia muscular: é uma lâmina de tecido conjuntivo que envolve cada músculo e a espessura varia de músculo para músculo dependendo da sua função. Sua função é dar maior tração ao músculo no momento da contração e permitir o fácil deslizamento dos músculos entre si.

·     Origem e inserção
         Por razoes didáticas convencionais chama-se de origem a extremidade do osso que não se desloca e inserção a extremidade do músculo presa a peça óssea que se desloca.

Classificação dos músculos

·     Quanto a forma do m. e o arranjo de suas fibras
         A função do m. condiciona sua forma e o arranjo de suas fibras. Dê um modo geral um músculo tem suas fibras dispostas paralelas ou obliquas à direção de tração exercida pelo músculo.
a) Disposição paralela das fibras: pode ser encontrado em m. longos (Ex.: esternocleidomastoideo); em m. onde o comprimento e a largura se igualam = m. largos (ex.: glúteo máximo). Nos músculos largos as fibras podem convergir dando aspecto de lique (ex.: m. peitoral maior)
b) Disposição obliqua das fibras: músculos cujas fibras são obliquas em relação aos tendões denomina-se peniformes, que podem ser unipenados ou bipenados.

·     Quanto à origem: quando um músculo se origina por mais de um tenda, diz-se que apresenta mais de uma cabeça de origem. São classificados como músculos bíceps, tríceps ou quadríceps.

·     Quanto a inserção:  do mesmo modo, os músculos podem inserir-se por mais de um tendão. Quando há dois tendões são bicandados, três ou mais policandados.

·     Quanto ao ventre muscular: alguns músculos apresentam mais de um ventre muscular, com tendões intermediários situados entre eles. São digastricos os músculos que apresentam número maior.

·     Quanto a ação: dependendo da cão principal resultante da contração do músculo, o mesmo pode ser classificado como flexor, extensor, adutor, abdutor, rotador medial, rotador lateral, pronador, supinador, flexos plantas, flexos dorsal, etc.

·     Classificação funcional
– agonista
– antagonista

– sinergista

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